O que é a Tireoidite de Hashimoto e como tratamos?

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A Tireoidite de Hashimoto é uma das principais causas de hipotireoidismo em adultos.

Ela ocorre quando o sistema imunológico ataca a própria glândula tireoide, levando à sua inflamação e destruição ao longo do tempo. Dependendo da intensidade da lesão, pode levar à redução da produção dos hormônios tireoidianos e consequente quadro de hipotireodismo.

Os sintomas podem surgir de forma lenta e, muitas vezes, são confundidos com outras condições, o que torna o diagnóstico precoce fundamental.

Embora não exista cura definitiva, é importante saber que a doença pode ser controlada com tratamento adequado.

Entenda melhor neste artigo!

O que é a Tireoidite de Hashimoto?

A Tireoidite de Hashimoto é uma condição inflamatória crônica da tireoide de origem autoimune, ou seja, ocorre quando o próprio sistema imunológico do corpo passa a produzir anticorpos que irão estimular um ataque contra a tireoide.

Nesta condição, o corpo produz principalmente os anticorpos: antitireoperoxidase (anti-TPO) e anti tireoglobulina (anti-TG).

Essa agressão contínua contra a glândula leva à destruição progressiva do tecido tireoidiano, o que compromete sua função ao longo do tempo, e pode fazer com que ela passe a produzir menos hormônios do que o necessário, para o bom funcionamento do organismo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) essa é uma das causas mais comuns de hipotireoidismo, especialmente em mulheres entre 30 e 50 anos.

No entanto, é importante destacar que mesmo que exista autoimunidade e inflamação, em muitos pacientes a glândula ainda consegue manter a produção adequada dos hormônios tireoidianos e pode nunca evoluir para um quadro de hipotireoidiamo. 

Quais são os principais fatores que levam ao desenvolvimento da Tireoidite de Hashimoto?

Os principais fatores que levam ao desenvolvimento da Tireoidite de Hashimoto são:

  • Predisposição genética: pessoas com histórico familiar de doenças autoimunes têm maior risco de desenvolver Hashimoto;
  • Sexo e idade: a doença é mais comum em mulheres, especialmente entre os 30 e 50 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade e também em homens;
  • Desequilíbrios hormonais: alterações hormonais durante a gravidez ou na menopausa podem influenciar o surgimento da doença;
  • Excesso de iodo: o consumo excessivo pode estimular o sistema imunológico a atacar a tireoide;
  • Exposição a radiações: pessoas que foram expostas à radiação podem ter maior risco de desenvolver doenças autoimunes da tireoide;
  • Infecções virais ou bacterianas: algumas infecções podem atuar como gatilho para o sistema imunológico reagir de forma inadequada;
  • Estresse crônico: embora não seja uma causa direta, o estresse pode enfraquecer o sistema imunológico e favorecer a manifestação dessa condição.

Quais são os principais sintomas dessa condição?

A tireoidite de Hashimoto leva à destruição gradual do tecido tireoidiano, podendo resultar em uma produção insuficiente de hormônios, condição conhecida como hipotireoidismo. 

Por se desenvolver de forma lenta e silenciosa, é comum que os sintomas passem despercebidos nas fases iniciais. Por isso, identificar os principais sinais da doença é fundamental para garantir um diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado.

Os principais sintomas da doença são:

  • Cansaço excessivo: um dos sintomas mais frequentes, mesmo após uma boa noite de sono;
  • Ganho de peso inexplicado: o metabolismo lento causado pela baixa produção de hormônios pode levar ao acúmulo de peso;
  • Sensação de frio constante: a queda nos hormônios tireoidianos reduz a capacidade do corpo de regular sua temperatura;
  • Pele seca e cabelos quebradiços: a falta de hormônios afeta a renovação celular, provocando ressecamento e queda de cabelo;
  • Inchaço no rosto e/ou pescoço: pode ocorrer edema, especialmente na face, e aumento visível da tireoide (bócio);
  • Constipação intestinal: a digestão torna-se mais lenta com o hipotireoidismo;
  • Alterações de humor: os hormônios da tireoide influenciam diretamente o sistema nervoso central;
  • Dificuldade de concentração e memória: a lentidão mental pode ser um sintoma marcante;
  • Menstruação irregular: alterações hormonais afetam o ciclo menstrual;
  • Ritmo cardíaco mais lento: pode haver bradicardia leve em casos mais avançados.

Vale lembrar que os sintomas da tireoidite de Hashimoto podem variar de pessoa para pessoa e, muitas vezes, são confundidos com sinais de outras condições de saúde. 

Caso você identifique alterações persistentes no seu bem-estar, como cansaço excessivo, ganho de peso ou sensibilidade ao frio, é importante procurar um endocrinologista para investigação e diagnóstico adequado. 

O acompanhamento profissional é essencial para controlar a doença e promover mais qualidade de vida.

Como realizamos o diagnóstico dessa condição?

O diagnóstico é realizado mediante criteriosa avaliação dos sintomas relatados pelo paciente, em associação, com os valores séricos dos hormônios TSH (hormônio estimulante da tireoide), T4 livre e dos anticorpos anti tireoidianos, como o anti-TPO (anticorpo antitireoperoxidase) e o anti-TG (anticorpos antitireoglobulina).

A ultrassonografia da tireoide também tem um papel fundamental no diagnóstico da Tireoidite de Hashimoto, pois permite identificar alterações características no parênquima tireoidiano e pode também auxiliar na diferenciação entre doenças autoimunes tireoidianas.

A Tireoidite de Hashimoto tem cura? Como realizamos o tratamento do hipotireoidismo causado por Hashimoto?

A Tireoidite de Hashimoto não tem cura definitiva, pois se trata de uma doença autoimune crônica, em que o sistema imunológico continua atacando as células da tireoide ao longo do tempo.

Entretanto, com o diagnóstico correto e tratamento adequado, é totalmente possível controlar os sintomas e manter a qualidade de vida do paciente.

O tratamento do hipotireoidismo, causado pela Tireoidite de Hashimoto, é realizado através da reposição oral do hormônio tireoidiano (levotiroxina sódica – forma sintética do T4).

É importante destacar que a dose ideal para cada pessoa deve ser individualizada, e nem sempre é alcançada na primeira tentativa. Sendo assim, é necessário um acompanhamento especializado para que ajustes sejam feitos, com base principalmente nos níveis de TSH e T4 livre e levando em consideração fatores como; idade, peso, presença de outras doenças e sintomas clínicos. 

Faz parte também do tratamento garantir que micronutrientes como ferro, iodo, selênio, vitamina B12 e vitamina D estejam em níveis ótimos, para quem tem essa condição.

Para pacientes que mantém níveis normais de TSH e T4L livre, condição chamada de eutireoidismo laboratorial, não há indicação de iniciar levotiroxina, porém é necessário manter acompanhamento clínico e laboratorial periódico, pois existe o risco aumentado de evolução para hipotireoidismo com o tempo.

O acompanhamento médico regular é essencial para garantir que o tratamento esteja sendo eficaz e seguro. 

Além disso, manter um estilo de vida saudável, com atividade física regular, alimentação equilibrada, sono adequado e manejo do estresse, pode ajudar no bem-estar geral do paciente e no controle da doença.

Quais os cuidados a longo prazo para quem tem essa condição?

Como se trata de uma condição crônica e autoimune, o acompanhamento com a endocrinologista é essencial para garantir que os níveis hormonais e de micronutrientes permaneçam dentro dos valores ideais.

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A dose do hormônio sintético, utilizado na reposição, pode precisar de ajustes ao longo da vida, especialmente em momentos como gestação, envelhecimento ou surgimento de outras doenças.

Também é necessário avaliação de possíveis doenças autoimunes que podem coexistir, como; diabetes tipo 1, anemia perniciosa, lúpus e doença celíaca.

Por isso, contar com uma endocrinologista de confiança é indispensável!

Assim, com o acompanhamento adequado e adesão ao tratamento, a maioria das pessoas com Tireoidite de Hashimoto podem levar uma vida absolutamente normal.

Portanto, caso você perceba qualquer sintoma relacionado a essa condição ou em caso de dúvidas, agende sua consulta com a Dra. Jéssica Moraes e garanta uma vida com mais qualidade e bem-estar!

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