A perimenopausa é uma fase natural da vida da mulher, mas que pode trazer uma série de mudanças nem sempre fáceis de lidar.
Esse período de transição, que antecede a menopausa, é marcado por oscilações hormonais que afetam diretamente o ciclo menstrual, o humor, o sono, a libido e diversos outros aspectos do bem-estar feminino.
Os sintomas podem surgir de forma gradual e variar bastante de mulher para mulher, impactando a qualidade de vida e as atividades do cotidiano.
A boa notícia é que, com acompanhamento da endocrinologista e algumas mudanças no estilo de vida, é possível amenizar esses desconfortos e passar por essa fase com mais equilíbrio e tranquilidade.
O que é a perimenopausa e quando ela começa?
A perimenopausa é o período de transição que antecede a menopausa, caracterizado por alterações hormonais progressivas que impactam diretamente o ciclo menstrual, o humor, o sono, a disposição física e diversas funções do organismo feminino.
Trata-se de uma fase natural do envelhecimento reprodutivo da mulher, mas que pode trazer desafios importantes para a saúde e a qualidade de vida.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a perimenopausa pode começar de forma gradual a partir dos 40 a 45 anos.
Durante essa fase, os níveis de estrogênio e progesterona, hormônios produzidos pelos ovários, tornam-se irregulares, provocando uma série de alterações no organismo da mulher.
É importante destacar que essa transição é vivida de maneira única por cada mulher: enquanto algumas apresentam sintomas leves, outras enfrentam desconfortos intensos que afetam seu bem-estar físico e emocional.
Essa instabilidade hormonal pode durar de alguns meses até 10 anos antes da última menstruação, que marca a chegada da menopausa.
Diante dessa complexidade, o acompanhamento com uma médica endocrinologista é um diferencial importante.
Essa profissional é capacitada para avaliar de forma individualizada os desequilíbrios hormonais, propor estratégias terapêuticas seguras e ajudar a mulher a atravessar esse período com mais equilíbrio, saúde e bem-estar.
Cuidar da saúde hormonal na perimenopausa é também uma forma de prevenção a longo prazo, contribuindo para a saúde óssea, cardiovascular e metabólica nas fases seguintes da vida.
Qual a diferença entre perimenopausa e menopausa?
Há uma dúvida frequente entre a diferença dessas fases da vida da mulher.
A perimenopausa é o período de transição que antecede a menopausa.
Como mencionamos, essa fase pode durar vários anos, começando geralmente por volta dos 40 anos, embora possa se iniciar mais cedo em algumas mulheres.
Já a menopausa é o momento em que a mulher completa 12 meses consecutivos sem menstruar, sem que haja outra causa clínica envolvida.
Isso marca o fim da fase fértil da mulher e ocorre, em média, por volta dos 50 anos.
Nessa fase, os ovários deixam de produzir quantidades suficientes dos hormônios estrogênio e progesterona, levando à interrupção permanente da ovulação e da menstruação.
Essa queda hormonal pode desencadear uma série de sintomas físicos e emocionais. Além das mudanças fisiológicas, muitas mulheres também enfrentam desafios relacionados à autoestima, libido e qualidade de vida.
Por isso, o acompanhamento médico é fundamental para orientar essa fase de forma individualizada e garantir mais saúde e bem-estar após a menopausa.
Como reconhecer os sinais da perimenopausa?
A perimenopausa merece atenção especial justamente porque seus sintomas nem sempre são imediatamente associados a essa fase de transição hormonal.
Muitas mulheres começam a apresentar mudanças sutis, como alterações no humor, cansaço excessivo, insônia, dificuldade de concentração, ansiedade ou irregularidade menstrual, sem relacionar esses sinais ao início da perimenopausa.
Por isso, é comum que essa fase seja confundida com estresse, depressão ou outras condições. Estar atenta a essas transformações no corpo e no comportamento é essencial para buscar orientação médica no momento certo.
Com o acompanhamento adequado, é possível compreender o que está acontecendo, receber o diagnóstico correto e iniciar medidas que promovam mais equilíbrio e qualidade de vida durante essa transição.
Conheça os principais sinais:
- Ondas de calor (fogachos): sensações súbitas de calor no rosto, pescoço e tórax, muitas vezes acompanhadas de suor;
- Suores noturnos: episódios de transpiração intensa durante o sono;
- Irregularidade menstrual: os ciclos podem se tornar mais curtos, longos ou imprevisíveis, com fluxo mais leve ou mais intenso;
- Distúrbios do sono: dificuldade para dormir, insônia ou sono fragmentado são frequentes;
- Fadiga: cansaço constante, mesmo após descanso adequado
- Secura vaginal: a diminuição do estrogênio pode reduzir a lubrificação vaginal, causando desconforto;
- Dores de cabeça: algumas mulheres relatam aumento na frequência ou intensidade das cefaleias;
- Dor nas mamas: sensação de inchaço ou dor nos seios;
- Inchaço e ganho de peso: alterações no metabolismo e na retenção de líquidos podem contribuir para aumento de peso e sensação de inchaço.

Como realizamos o diagnóstico da perimenopausa?
Não há um único exame que confirme a perimenopausa, já que as flutuações hormonais são naturais e variáveis durante essa fase.
Assim, é essencial escutarmos atentamente às queixas da paciente e observar se esses sinais se encaixam no perfil da transição.
Podemos solicitar os exames hormonais, como FSH (hormônio folículo-estimulante), estradiol e TSH, para auxiliar na identificação desta fase, especialmente quando há dúvida diagnóstica ou necessidade de descartar outras condições, como doenças da tireoide.
Contudo, é importante destacar que os níveis hormonais podem oscilar de um ciclo para outro durante a perimenopausa, o que limita a confiabilidade de resultados isolados.
Por isso, o acompanhamento contínuo, a avaliação da regularidade dos ciclos e a exclusão de outras causas são fundamentais para confirmar o diagnóstico e oferecer o melhor plano de cuidado para cada mulher.
Como amenizar os sintomas da perimenopausa?
O tratamento para a perimenopausa deve ser sempre individualizado com base na intensidade dos sintomas, no histórico de saúde da paciente e em suas expectativas.
A reposição hormonal é uma das abordagens possíveis, indicada principalmente para mulheres que apresentam sintomas moderados a intensos.
No entanto, essa terapia é reservada a casos bem selecionados e seu uso deve ser feito com acompanhamento médico criterioso após avaliação de contra indicações, como histórico de câncer de mama, doenças cardiovasculares ou trombose.
O tratamento pode envolver o uso de estrogênio isolado ou associado à progesterona, a depender do quadro clínico.
Podemos prescrever esta reposição de diferentes formas, dependendo das necessidades e características de cada paciente.
A via oral, por meio de comprimidos, é uma das opções mais utilizadas. Nessa forma, os hormônios são absorvidos pelo trato digestivo e metabolizado no fígado. Embora seja prática e amplamente disponível, essa via pode aumentar o risco de efeitos colaterais, como trombose, especialmente em mulheres com histórico cardiovascular ou predisposição genética.
Outra alternativa bastante usada é a via transdérmica, que inclui adesivos, géis ou cremes hormonais aplicados diretamente sobre a pele. Essa forma permite a absorção gradual do estrogênio pela corrente sanguínea, sem passar pelo fígado, o que reduz certos riscos metabólicos e cardiovasculares. É uma boa opção para mulheres que não toleram bem a via oral ou têm contra indicações específicas.
Além da terapia hormonal, há outras alternativas eficazes que podem ser adotadas de forma complementar ou como primeira escolha em casos onde os hormônios não são indicados.
Entre elas, destacam-se o uso de antidepressivos em baixas doses, moduladores seletivos dos receptores de estrogênio, fitoterápicos e suplementos que auxiliam no alívio dos sintomas.
Mudanças no estilo de vida também desempenham um papel fundamental nesse período.
Adotar uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente, melhorar a qualidade do sono, evitar o consumo excessivo de álcool e reduzir o estresse são medidas que não apenas amenizam os sintomas da perimenopausa, como também favorecem a saúde metabólica, que tende a se alterar nessa fase.
O acompanhamento com uma endocrinologista é essencial para definir a melhor estratégia terapêutica, monitorar a evolução do quadro e garantir que essa transição aconteça de forma segura e com mais bem-estar.
Quando procurar a endocrinologista para avaliar os sintomas da perimenopausa?
Se você está enfrentando sintomas como irregularidade menstrual, ondas de calor, insônia, alterações de humor, fadiga ou mudanças no peso corporal, é importante considerar que esses sinais podem indicar o início da perimenopausa.
Muitas vezes, essas queixas são confundidas com outras condições, por isso, a avaliação médica é fundamental para um diagnóstico correto.
O acompanhamento endocrinológico regular é indispensável para ajustar a conduta terapêutica, monitorar os efeitos do tratamento e prevenir complicações metabólicas, como sobrepeso e obesidade, osteopenia, resistência à insulina e alterações no perfil lipídico.
Cada mulher vivencia a perimenopausa de forma única, e o nosso papel é justamente oferecer um cuidado personalizado para que essa fase seja atravessada com mais saúde e bem-estar.
Então, se você está passando por esse momento e busca orientação especializada, agende sua consulta com a Dra. Jessica Moraes e conte com um olhar cuidadoso para sua saúde hormonal!