Um nódulo na tireoide é uma condição relativamente comum, mas que pode gerar dúvidas e preocupações em muitos pacientes.
A tireoide, glândula localizada na parte anterior do pescoço, desempenha um papel fundamental na regulação do metabolismo e de diversas funções do organismo.
Por isso, qualquer alteração nessa glândula merece atenção e acompanhamento médico adequado.
Embora a maioria dos nódulos sejam benignos, em alguns casos eles podem estar relacionados ao câncer de tireoide, o que torna fundamental o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
O que é um nódulo na tireoide?
Um nódulo na tireoide é uma formação localizada dentro dessa glândula, que pode ser percebida como um caroço ou aumento de volume no pescoço.
Em muitos casos, os nódulos são pequenos e só são detectados durante exames de rotina, como a ultrassonografia da tireoide.
Eles podem variar em tamanho, consistência e características, sendo classificados como sólidos, císticos ou mistos.
Diversos fatores podem aumentar a chance de desenvolver um nódulo na tireoide, entre eles:
- Idade acima dos 40 anos;
- Sexo feminino (mulheres têm maior incidência de nódulos);
- Histórico familiar de doenças da tireoide ou câncer de tireoide;
- Deficiência de iodo na dieta;
- Exposição à radiação na região da cabeça e pescoço
Reconhecer esses fatores de risco auxilia o endocrinologista na avaliação de cada caso e na definição da necessidade de exames complementares.
Nem todo nódulo é preocupante
É importante ressaltar que a presença de um nódulo na tireoide não significa, necessariamente, um problema grave.
A maioria deles é benigna e não representa risco à saúde. Apenas uma pequena parcela corresponde a casos de câncer de tireoide.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, cerca de 60% da população adulta terá nódulos na tireoide detectáveis por ultrassom ao longo da vida, mas apenas 5 a 10% desses nódulos serão malignos.
Isso reforça a importância de uma avaliação criteriosa para diferenciar quais casos exigem tratamento imediato e quais podem ser apenas monitorados.
Sinais de alerta: quando o nódulo merece atenção?
Embora muitos nódulos sejam inofensivos, alguns sinais exigem investigação imediata:
- Crescimento rápido do nódulo ou aumento de volume do pescoço em pouco tempo;
- Rouquidão persistente ou dificuldade para engolir, indicando possível compressão de estruturas vizinhas;
- Presença de sintomas como perda de peso, insônia e palpitação podem indicar presença de um nódulo hiperfuncionante
- Histórico familiar de câncer de tireoide ou síndromes genéticas associadas;
- Características suspeitas identificadas em ultrassonografia, como margens lobuladas ou irregulares, extensão extratireoidiana ou presença de calcificações ou focos ecogênicos.
Identificar precocemente esses sinais aumenta as chances de um diagnóstico eficaz e de um tratamento bem-sucedido.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de um nódulo na tireoide envolve exame físico direcionado, coleta detalhada do histórico de saúde do paciente e realização de ultrassonografia de tireoide.
A palpação da glândula, durante o exame físico, permite identificar alterações no seu tamanho e consistência e em alguns casos a presença de nódulos, enquanto a análise de sintomas como dor ou dificuldade para engolir, alterações na voz, perda de peso, palpitações e insônia, contribuem para direcionar a investigação e levantar hipóteses diagnósticas.
A ultrassonografia da tireoide é um dos exames mais importantes nesse processo, pois fornece imagens detalhadas da glândula. Com ela é possível identificar os nódulos, e avaliar além do seu tamanho, características como: composição, ecogenicidade, formato, margens e presença de focos ecogênicos.
Nódulos com características suspeitas para malignidade devem ser investigados através da punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Esse procedimento é minimamente invasivo e consiste na coleta de células diretamente do nódulo, que serão posteriormente analisadas. O exame é fundamental para diferenciar nódulos benignos de malignos e, assim, definir a conduta adequada para cada paciente.
Por fim, exames laboratoriais, como a dosagem da função tireoidiana (TSH, T4L e T3) e dos anticorpos anti-tireoidianos, ajudam no diagnóstico diferencial das doenças tireoidianas, como por exemplo, na identificação dos nódulos hiperfuncionantes (que produzem hormônios tireoidianos).
Quais são as opções de tratamento para nódulos na tireoide?
O tratamento de nódulos na tireoide depende principalmente da determinação do risco de malignidade do nódulo, seja pela imagem do ultrassom ou pela PAAF, avaliação do tamanho e se há sintomas associados que sugerem hipertireoidismo ou compressão de estruturas vizinhas.
Entre as principais opções estão:
Acompanhamento clínico
Em casos de nódulos benignos, pequenos e assintomáticos, podemos optar pelo monitoramento. Isso inclui consultas regulares, exames laboratoriais e ultrassonografias periódicas para acompanhar o crescimento e as características do nódulo.
Essa abordagem permite detectar precocemente qualquer alteração que exija mudança na conduta, evitando tratamentos desnecessários.
Cirurgia (parcial ou total)
Indicamos a cirurgia quando há suspeita ou confirmação de câncer, quando os nódulos crescem de forma acelerada ou quando provocam sintomas compressivos, como dificuldade para engolir ou respirar.
O procedimento pode ser parcial (remoção de apenas parte da glândula) ou total (remoção completa da tireoide).
Nos casos em que a tireoide é retirada totalmente, é comum que o paciente necessite de reposição hormonal com levotiroxina, de forma a garantir o funcionamento adequado do organismo e manter o equilíbrio metabólico.
Radioiodoterapia
Esse tratamento é utilizado em casos de nódulos autônomos (hiperfuncionantes), que ocasionam quadro de hipertireoidismo (excesso do hormônio tireoidiano).
Ele consiste no uso de iodo radioativo, que é absorvido pela glândula tireoide e atua destruindo o nódulo hiperfuncionante.
Apesar de ser um método eficaz e que evita cirurgia, pode levar ao hipotireoidismo e exige avaliação criteriosa
Ablação por radiofrequencia (RFA):
Técnica percutânea, guiada por ultrassom, que utiliza energia de radiofrequência para causar necrose térmica no tecido do nódulo, que será gradualmente reabsorvido.
Opção para nódulos benignos sólidos ou mistos grandes e sintomáticos, para nódulos autônomos (hiperfuncionantes), como alternativa ao iodo radioativo e também para pacientes que não querem ou não podem operar.
É capaz de reduzir até 80% do volume do nódulo em 12 meses, com melhora significativa de sintomas e estética.
Etiloablação (injeção percutânea de etanol):
Indicada para nódulos císticos (líquidos) ou predominantemente císticos.
É capaz de reduzir 75-85% do volume dos cistos, porém pode precisar de mais de uma sessão.
Em todos os casos, é importante destacar que não existe um protocolo único: cada paciente deve ter um plano terapêutico individualizado, elaborado de acordo com seu histórico clínico, exames e necessidades específicas. Dessa forma, o tratamento garante não apenas o controle da doença, mas também a preservação da saúde e da qualidade de vida.
Importância do acompanhamento médico: conte com a Dra. Jéssica Moraes
Procurar ajuda especializada é essencial para garantir um diagnóstico correto e um tratamento adequado.
Um nódulo na tireoide nem sempre será grave, mas deve ser avaliado com atenção.
O diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado fazem toda a diferença para definir o tratamento mais adequado e evitar complicações.
A Dra. Jéssica Moraes é médica endocrinologista em São Paulo e tem como missão oferecer um cuidado individualizado, humano e baseado em evidências científicas.
Seu compromisso é acompanhar cada paciente de forma próxima e empática, garantindo segurança em todas as etapas do diagnóstico e tratamento.
Portanto, se você identificou alterações no pescoço ou recebeu esse diagnóstico em um exame de rotina, agende uma consulta e cuide da sua saúde!





